Thursday, December 08, 2005

peguei um ita no norte.


noites paraenses, opus 1nº 3 é um pastel sobre papel fabriano preto. essa técnica tem algo de divina. e um fiat lux, você tira luz das trevas. cada cor vibra num determinado comprimento de onda. uma cor vibra com a cor adjacente e cria uma vibração de um comprimento de onda que o olho humano só pressente. é essa a lição que benedicto mello, então diretor do mubel (museu da cidade de belém) me deu no texto com que me honrou no catálogo. não sei se entendi tudo o que deveria entender, revendo os títulos das 16 obras que expus neta quarta individual, acho até que sim: cinco deles são “grandes nus paraenses”, um “com tucano” um “sabor açaí”, um “iluminado”, um "com veladura" e um “noturno”.
há, também, três títulos engraçados: “projeto para carrinho de raspa-raspa”, “remo x paissandu” e “mulher careca assistindo comercial de xampu no ver-o-peso”, marcas literárias da assimilação da cultura paraense, que estava por deixar. marcas das “noites paraenses” que nomeiam outros seis trabalhos, diferenciados pelos registros tipo “opus x, nº y “. de resto só mais dois títulos, que falavam de despedida. um “belém/brasília, o outro “cadeira vazia”. eu estava indo embora e colorindo com a cor invisível meu adeus: adeus, adeus belém do pará.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home