Arqueologia de uma obra
Entre as imagens recuperadas em slides pó Armando de Syllos encontram-se esses dois exemplares de obras com forte apelo erótico.
É muito interessante notar que, para mim, a expressão de toda eroticidade está vinculada, quase sempre à figuratividade. Como se ao tratar da figura permitisse a expressão da matéria em sua relação com a vida. Nem sempre isso é exatamente assim como está evidente nestes dois trabalhos que do meu post de hoje.
A explosão orgásmico/atômica e a construção de um perfil com um corpo azul como que ajoelhado por sobre uma boca magenta que, apenas ela de tão gráfica remete a uma construção geométrica. Dói-me a evidência quase permissiva destas figurações.
Como se eu estivesse a nu, não só a figura. O que não me tira o prazer de recuperá-las e fruí-las depois de tanto tempo. Armando fez, em ambos os casos, aproximações, closes.
Isso tinha uma função no áudio-visual em que estas imagens foram utilizadas. Mas não posso deixar de entender esse zoom na obra como uma chance de revelar um olhar sobre o olhar, mesmo que do outro. E aproveitá-lo.